O gabinete do deputado estadual Ademir Bier (PSD) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e endereços ligados a ele em Marechal Rondon foram alvo de busca na manhã desta segunda-feira (10), em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A ação mira um suposto esquema de propina entre médicos e empresários para furar a fila do Sistema Único de Sáude (SUS).
O Gaeco chegou à Alep por volta das 7h. Ao todo, são 44 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão temporária em todo o estado.
Quatro médicos e dois funcionários do Hospital São Lucas, em Campo Largo, na Região Metropolitana da capital paranaense, foram presos, de acordo com o promotor do Gaeco, Hugo Corrêa Urbano.
Até a última atualização desta reportagem, não havia informações sobre o cumprimento dos demais mandados judiciais.
Procurada pelo G1, a equipe de Ademier Bier disse que dará um retorno sobre a operação assim que possível. A direção do hospital também foi procurada pelo G1, mas, ainda não comentou o caso.
'Despachante'
Conforme o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, pessoas que precisavam de cirurgia ligavam para o assessor de Ademir Bier.
Esse assessor atuava como "despachante". Ele entrava em contato com médicos que cobravam propina para fazer o procedimento, conforme Batisti.
O deputado, ainda segundo o coordenador do Gaeco, se beneficiava politicamente, com votos, ao dar "carteiradas" com a influência que tinha. Ademir Bier não foi reeleito nas últimas eleições, portanto, o mandato do deputado acaba no fim deste ano.
O Gaeco chegou, por volta das 6h, ao escritório do deputado que fica no Centro de Marechal Cândido Rondon, no oeste do estado. A equipe do Gaeco permaneceu cerca de duas horas e meia no local e recolheu diversos documentos.
Depois, o Gaeco foi até o prédio onde mora o deputado para cumprir outro mandado de busca e apreensão. Porém, Ademir Bier não se encontrava. Segundo funcionários, ele viajou na noite de domingo (9) para Curitiba.