O número de registros de casamentos e nascimentos no Brasil caiu em 2020, em comparação com 2019, segundo estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (18).
Os registros de casamentos civis caíram 26,1%, a maior queda da série histórica do IBGE. Em 2020, foram registrados 757.179 casamentos, contra 1.024.676 no ano anterior. Desde 2015, o número de casamentos vem recuando, mas as medidas de isolamento social por causa da pandemia de Covid-19 aumentou a queda.
O índice caiu em todas as regiões, com mais intensidade no Nordeste (27,8%) Centro-Oeste (27,7%) e Sudeste (27,3%).
Menos filhos
A pesquisa do IBGE mostra que o número de registros de nascimentos também caiu entre 2019 e 2020. A queda foi de 4,7%, após a redução de 3% em 2019. Foram 2.728.273 registros de nascimentos em 2020.
Houve queda em todas as regiões, sendo superior à média nacional nas regiões Norte (-6,8%) e Nordeste (-5,3%), e igual ou inferior no Centro-Oeste (-4,7%), no Sudeste (-4,3%), e no Sul (-3,1%). O Amapá foi o estado com maior queda (-14,1%), seguido por Roraima (-12,5%), Acre (-10,0%) e Amazonas (-7,4%).
“Já vínhamos observando uma tendência na queda das taxas de natalidade. Em 2016, ano de epidemia do zika vírus, houve uma queda mais elevada, acima de 5%. Mas, em 2019, em que não houve nenhum evento demográfico dessa importância, também tivemos redução dos nascimentos. Em 2020, contudo, cabe ressaltar que a pandemia pode ter agravado o adiamento dos registros, por conta da dificuldade de deslocamento até os cartórios. Então, pode ser que uma parte dos 133 mil registros de nascimentos a menos tenha apenas sido postergado”, explica a gerente das Estatísticas do Registro Civil do IBGE, Klivia Brayner.
Maternidade mais tarde
Cada vez mais, as mulheres estão adiando a maternidade, segundo o estudo. Em 2000, os registros de nascimentos cujas mães tinham menos de 30 anos eram 76,1% do total. Em 2020, caiu para 62,1%. Já os registros de nascimentos cujas mães têm de 30 a 39 anos, em 2000 eram 22,0% e chegaram a 34,2% em 2020.
As mães na faixa dos 20 a 29 anos sempre concentraram mais de 50% do total de nascimentos. Em 2000, eram 54,5% das genitoras e, em 2010, 53,1%. Porém, em 2020, pela primeira vez, esse percentual ficou abaixo da metade (48,7%).