Na terça-feira (26), na Câmara Municipal de Toledo, foi realizada uma reunião para discutir e apresentar eventuais soluções sobre a crise que afeta a cadeia do leite. Representantes de empresas, associações, produtores, órgãos ligados à Prefeitura e Governo do Estado, além de representantes políticos foram convidados para a reunião da Comissão de Desenvolvimento Sustentável.
O presidente da Primato Cooperativa Agroindustrial, Anderson Leo Sabadin, participou do encontro e destacou que o atual momento impacta diretamente na “cooperativa porque ela é do produtor”.
Sabadin lembrou que hoje a Primato produz mais de 5 milhões de litros/mês e entende ser de extrema importância o encontro em Toledo que buscou discutir políticas públicas no sentido de limitar a importação de leite, “em especial o leite em pó e o produto industrializado, em particular o queijo. Isso tem derrubado o preço e o produtor não vai aguentar”, disse o presidente da Primato.
Ele ressalta estar vendo produtores deixando a atividade, vendendo propriedades e descartando animais “porque não fecha a conta, então precisamos buscar alternativas e levar ao cenário político para se implantar ações efetivas de apoio ao setor”, aponta Anderson Sabadin ao lembrar dos subsídios pagos aos produtores em outros países.
“O agro tem pago uma conta grande e vem sofrendo há tempos. Estamos chegando ao fundo do poço. Produtor não aguenta mais pagar a conta, por isso precisamos estabelecer o quanto antes políticas públicas que protejam o setor e o tornem mais competitivo”, destaca Sabadin.
DOCUMENTO – O presidente da Primato lembra que um documento neste sentido foi entregue ao vice-presidente da República Geraldo Alckmin e aos deputados federais paranaenses Gleisi Hoffmann, Elton Welter, Sérgio Souza e Zeca Dirceu, por representantes da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), no sentido de propor ações de curto prazo para o enfrentamento da crise instalada no setor lácteo brasileiro, “o qual se encontra com forte aumento nos custos de produção, alta oferta interna de leite e queda nos preços pagos aos produtores”, aponta o documento.
No total são sete ações propostas: reduzir a zero as alíquotas do PIS/PASEP e da COFINS dos insumos utilizados na ração e suplementos minerais de bovinos; solicitar a CTNBio, em caráter de urgência, avaliação da biossegurança de milhos OGM exportados pelos EUA para alimentação animal; suspender a cobrança do Adicional de Frente para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) de insumos utilizados na ração animal, bem como de fertilizantes; zerar a TEC de máquinas e equipamentos utilizados na atividade leiteira; reduzir burocracias na tomada do crédito e prorrogar pagamento dos financiamentos destinados à produção de leite; apoiar a aprovação do Projeto de Lei nº 952/2019; e ainda ampliar compras governamentais de produtos lácteos.