A última sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Nova Santa Rosa, realizada na tarde desta segunda-feira (22), foi marcada por um discurso enfático do presidente da Casa, vereador Amauri Ladwig (PL). A reunião foi a última antes do recesso legislativo, com retorno previsto para a primeira segunda-feira de fevereiro.
Logo no início de sua fala, o presidente manifestou apoio a um requerimento que propõe a instalação de câmeras de vigilância no cemitério municipal. Ele relatou furtos frequentes no local, inclusive no túmulo de seu pai, onde vasos e objetos já foram levados. “Infelizmente há quem não respeite nem os mortos”, comentou o vereador, defendendo que o espaço receba atenção especial por parte da administração pública.
Na sequência, Ladwig relatou reuniões realizadas com o prefeito Lari Hitz, o vice-prefeito Roque Lorenzatto, o secretário de Finanças Jairon Arndt e membros da antiga diretoria do Hospital Bom Pastor, com o objetivo de discutir as dificuldades financeiras enfrentadas pela instituição. Segundo ele, os encontros contaram com a presença do escritório de contabilidade, que apresentou os números da gestão hospitalar.
A antiga diretoria solicitou aumento no repasse de recursos, justificando que, mesmo na gestão anterior, o hospital arcava com despesas de funcionamento do serviço de raio-x, que posteriormente teve as atividades suspensas por questões normativas. "Já existia essa despesa e, agora, sem o funcionamento, os custos permanecem", pontuou.
No entanto, conforme Ladwig, o secretário de Finanças respondeu que o município não teria condições de ampliar os repasses, alegando falta de recursos no orçamento. O presidente da Câmara demonstrou preocupação com a proposta de ampliação estrutural do hospital, sem que exista a devida previsão orçamentária para manter os custos futuros. “O aumento de repasses nem sequer está previsto na lei orçamentária, o que exige atenção redobrada desta Casa de Leis”, alertou.
O presidente também abordou problemas recorrentes na área da saúde, principalmente relacionados à fila de espera por atendimentos. Ele relatou que muitos moradores acabam procurando consultas particulares diante da demora, inclusive mencionando que um dos vereadores da Casa fez isso recentemente por não aguentar mais esperar.
Ladwig defendeu a criação de um sistema mais eficiente de comunicação com os pacientes, como o envio de mensagens por celular informando datas de consultas e deslocamentos para atendimentos em cidades como Toledo e Cascavel.
O tom do discurso subiu quando o presidente criticou declarações recentes atribuídas ao secretário de Finanças. Durante um almoço ao lado do prefeito, Ladwig foi abordado por um morador que perguntou se “o secretário já havia sido encontrado”, fazendo referência a uma suposta fala do secretário durante uma audiência pública, onde ele teria dito que o investimento da prefeitura em agricultura é alto para o retorno que gera ao município.
Amauri rebateu a fala, afirmando que entre 80% e 85% da arrecadação municipal vem do setor agrícola, e classificou a declaração como desconectada da realidade. Ele ainda citou uma situação envolvendo uma estrada rural, sobre a qual o secretário de Finanças teria dito que “não pertence ao município”. O vereador contestou, dizendo ter buscado informações com a própria Secretaria de Agricultura e foi informado de que a estrada é sim de responsabilidade de Nova Santa Rosa. “Um secretário diz que é do município, o outro diz que não é. Até fevereiro, quando voltarmos, esse secretário vai ter que se encontrar no meio dessas papeladas todas”, ironizou.
Antes de concluir, Ladwig desejou Feliz Natal e um próspero Ano Novo aos servidores da Câmara, vereadores, equipe jurídica e a toda comunidade. Reforçou ainda que o compromisso com o município continuará firme no próximo ano.
A sessão encerrou as atividades legislativas de 2025, com pontos de atenção voltados à saúde, à agricultura e ao alinhamento entre o discurso da gestão municipal e a realidade enfrentada pela população.