Um policial militar (PM) do Paraná foi preso em flagrante, suspeito de agir como "batedor" para um traficante de drogas. O caso aconteceu na BR-277 em Guarapuava, na região central do estado.
O homem, de 34 anos, atua na PM de Foz do Iguaçu e teve a prisão convertida em preventiva. Por ser policial, está detido no batalhão da PM.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que o setor de inteligência da corporação identificou que dois carros poderiam estar transportando itens ilícitos na rodovia, e uma equipe localizou ambos parados em um posto de combustível na beira da rodovia.
"À aproximação da equipe policial, um homem apresentou-se como condutor de um dos carros e informou ser Policial Militar. Enquanto isso, o outro veículo arrancou em direção à rodovia", explica a corporação.
Os policiais, então, perseguiram o carro que foi para a rodovia e, ao conseguir abordá-lo, encontraram mais de 50 kg de maconha.
Ainda de acordo com a PRF, o motorista foi preso por tráfico de drogas e informou que o carro do policial realizava a função de “batedor” para o transporte, ou seja, escoltava o veículo para tentar driblar fiscalizações policiais.
A PRF afirma que voltou ao posto de combustíveis, mas o policial não estava mais no local.
"Posteriormente, a PRF recebeu informações de que o carro foi abordado pela Polícia Militar em Laranjeiras do Sul (PR), tendo sido o motorista qualificado como Policial Militar", complementa a assessoria da corporação.
De acordo com o sistema do Processo Eletrônico do Judiciário do Paraná (Projudi), o PM não apresentou advogado de defesa até a última atualização desta reportagem.
INVESTIGAÇÃO
De acordo com informações, quando o policial foi abordado pela PRF no posto de combustíveis, ele estava com a arma institucional no carro e, quando foi detido na cidade vizinha, portava dinheiro em espécie no bolso.
Imagens anexadas ao processo também mostram o policial chegando no posto junto com o outro veículo e conversando com o homem que o acusou de ser "batedor" do carro com as drogas.
A assessoria da Polícia Militar disse que toda a documentação referente ao caso foi encaminhada para a Corregedoria da PM, para análise quanto à "participação ou não do PM nessa ocorrência".
"A PM não compactua com desvios de conduta, e caso tenha indícios suficientes da participação do policial militar, será instaurado o processo ou procedimento administrativo adequado para apuração, respeitando o direito do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, garantidos pela constituição federal", destaca a corporação.
A PM também confirmou que o policial ficou detido no 16º batalhão, que fica na região central do Paraná, até no último sábado (17). Após autorização judicial, ele foi transferido para o batalhão de Foz de Iguaçu, onde trabalha.