Uma tragédia na madrugada desta sexta-feira, 3, chocou o Paraguai. Um agente da Polícia Nacional entrou na casa de seus sogros e matou a tiros o casal. Depois, matou os próprios filhos, de um e dois anos, e a cunhada, de 16 anos, além de ferir mais duas pessoas da família de sua mulher. A seguir, foi ao quintal da moradia e se matou, também com um tiro, como informam os jornais Última Hora e La Nación.
Em videochamada, o policial Isidro Casco Salinas, de 31 anos, mostrou à mãe o que estava fazendo. Tanto a mãe dele como a esposa estão em Málaga, na Espanha. Antes dos assassinatos, ele havia ligado para as duas, exigindo que voltassem ao Paraguai imediatamente.
O fato aconteceu no município de Capiatá, a pouco mais de 20 km de Assunção, por volta das 3h da madrugada, segundo testemunhas.
As vítimas fatais são Alberto de la Cruz Riveros Benítez, de 51 anos, sogro do policial, e a mulher dele, Amalia Portillo, de 50 anos; os filhos do assassino, Amalia, de 2 anos, e Amílcar, de um ano; e uma das cunhadas, Liliana, de 16 anos. Ele feriu ainda uma adolescente também de 16 anos e um menino de 11.
O Última Hora noticiou que a mulher do policial, Beatriz Romero, contou que recebeu a informação da morte dos dois filhos por meio da sogra, que lhe mostrou as imagens enviadas por ele em videochamada. O criminoso mostrou à mãe o local onde estava o corpo da filha de dois anos.
Beatriz disse que está há oito meses na Espanha, com a sogra, e que ao receber a informação ligou para a irmã de 16 anos, porque as imagens não deixavam muito claro o que tinha acontecido e quem ele havia matado.
"Minha irmã estava ferida, me disse que sentia muita dor e não podia respirar. Foi aí que confirmei que ele realmente havia matado a minha família", disse.
Ela contou ainda que Isidro nunca foi violento, mas era ciumento e ameaçava sempre se suicidar. "Nunca ameaçou fazer qualquer coisa às minhas crianças, mas sim a ele mesmo. Eu creio que estava com depressão, Quando vim à Espanha começou a ser assim, bebia, se descontrolava e alucinava", disse.
O jornal ouviu também uma sobrevivente da tragédia, que estava na casa. Ela, os filhos dela e um dos filhos do policial estavam num dos quartos, quando ele entrou, armado.
"Meus filhos ficaram em volta dele, pediram que por favor não fizesse anda, que o filho dele de um ano estava dormindo com a gente." O criminoso saiu e foi até o outro quarto, onde matou os sogros, sua filha de 2 anos e a cunhada, adolescente.
Quando voltou ao quarto, disse a testemunha, a filha dela, de 16 anos, se agarrou ao bebê, filho do policial, e estava saindo para pedir ajuda. Foi quando o policial atirou na cabeça do bebê, na frente da adolescente, depois saiu da casa e se matou.
A testemunha disse que o criminoso "estava fora de si" e que, aparentemente, estava sob efeitos de drogas.
"Ele era usuário de cocaína, mas nunca nos ameaçou", concluiu a sobrevivente.
O jornal La Nación, por sua vez, ouviu uma vizinha da casa onde houve a tragédia, que contou ter ouvido os disparos, na madrugada, e visto quando duas pessoas saíram para para pedir auxílio, mas só depois que as seis pessoas (incluindo o suicida) já estavam mortas.
"Escutamos alguns murmúrios e os disparos, vimos duas pessoas saírem para pedir socorro. Nosso medo, entre todos os vizinhos, era de ser vítimas também. Quando saíram as duas pessoas e disseram que ele havia se matado, começamos a ajudá-las", disse a vizinha à rádio Universo 970 AM, de acordo com o La Nación.
"Com ele (o policial) não tínhamos nenhuma relação, só com a família. Nós o víamos e cumprimentávamos, só, mas ele vinha só a cada uma semana ou 15 dias para visitar as crianças", disse ainda a mulher.