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Polícia conclui que supermercado onde funcionários morreram em queda de laje, inaugurou sem alvará
Inquérito sobre o caso foi concluído hoje (8)
Por Ana Flávia Silva, g1 PR e RP | Postado em: 08/05/2024 - 15:05

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A Polícia Civil (PC-PR) concluiu, nesta quarta-feira (8), que o supermercado onde três funcionários morreram após a queda de uma laje, inaugurou sem alvará de funcionamento.

O acidente aconteceu em 22 de março, no dia que o estabelecimento começou a funcionar em Pontal do Paraná, no litoral do estado.

O inquérito também indiciou o proprietário da construtora, o dono do supermercado e um responsável da obra por três homicídios culposos e 12 lesões corporais culposas. Conforme o delegado Jader Ferreira, o dono da construtora responderá por imperícia; o dono do supermercado responderá por imprudência; e o responsável pela obra, por negligência.

De acordo com o delegado, durante o inquérito policial, a Prefeitura de Pontal do Paraná não respondeu o ofício da polícia que requisitou a apresentação de alvará de funcionamento e liberação do Corpo de Bombeiros.

"Eu afirmo aqui que o supermercado inaugurou sem alvará de licença da prefeitura [...] A Polícia Civil entende que o dono do supermercado, assim como o responsável por administrar a obra, foram imprudentes em inaugurar um empreendimento sem a documentação necessária", falou.

O delegado afirmou, também, que o protocolo de solicitação de alvará foi movimentado no dia da tragédia. Em nota, a prefeitura de Pontal do Paraná informou que abriu uma sindicância interna para apurar sobre a emissão dos alvarás relacionados ao funcionamento do supermercado.

Com a conclusão do inquérito, o caso é remetido ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), que pode, ou não, oferecer denúncia contra os indiciados.

CONCLUSÃO DA PERÍCIA

Nesta quarta-feira (8), o perito Luis Noboru Marukawa afirmou que encontrou falhas na execução do projeto, principalmente em relação à fixação da laje no terceiro piso.

Peças estruturais, que deveriam ser fixadas por meio de uma argamassa especial, estavam apenas encaixadas, segundo a perícia.

Marukawa explicou que a laje ficou fragilizada, não suportou a carga e desabou. Em cima dela estavam seis caixas d'água que juntas tinham capacidade para 75 mil litros.

"Verificamos também a presença lá, pra nossa surpresa, de uma 'gambiarra', que era uma madeira colocada calçando a viga com um pilar, aquilo é inadmissível", disse.

O QUE DIZEM OS ENVOLVIDOS

O advogado do responsável pela obra disse que acredita na inocência do cliente e que aguardam os fatos.

Em nota, o supermercado disse que a empresa foi surpreendida também com o desabamento da estrutura, "uma vez que contratou empresa com experiência no setor para a realização de todo o trabalho de construção".

Disse também que a empresa prestou atendimento às vítimas e familiares, acompanhou o inquérito policial e prestou informações à polícia.

"O laudo pericial apresentado pelo Instituto de Criminalística do Paraná atesta que os fatos se deram em razão exclusiva da construção da obra e não por qualquer ato ou omissão por parte da empresa através de seus dirigentes ou colaboradores", diz a nota.

A QUEDA DA LAJE

O desabamento aconteceu no início da noite do dia 22 de março. A queda da laje no mercado atingiu parte do depósito e da padaria do mercado. Além das três mortes, 12 pessoas ficaram feridas.

Quando o acidente aconteceu, o Corpo de Bombeiros informou que a laje que desabou possuía 50 metros quadrados, dividida em três pavimentos, separados por uma camada de concreto com 15 centímetros.

Um dos pavimentos tinha três caixas de água, com capacidade de 10 mil litros cada. Em outro pavimento, estavam mais três caixas de 15 mil litros cada.

A inauguração da unidade ocorreu na quinta-feira, dia 21 de março. A abertura ao público ocorreu no dia seguinte, horas antes do acidente. As buscas por vítimas duraram 14 horas.

Ainda conforme os bombeiros, a área que desabou atingiu principalmente a área de panificação do supermercado, restrita para funcionários.

Após o acidente, o supermercado ficou alagado. O estabelecimento está fechado desde a queda da laje.

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