Doze pessoas foram presas nesta quinta-feira (8) durante uma operação contra uma quadrilha suspeita de provocar acidentes com caminhões para roubar as cargas na BR-277, no Paraná, conforme a Polícia Civil do Paraná.
Segundo a corporação, uma ONG de dependentes químicos em recuperação, localizada em Paranaguá, no litoral do estado, também estava envolvida no esquema.
Houve cumprimento de mandados em Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná. Além disso, também na cidade de São Bento do Sul, em Santa Catarina, em uma empresa que recebia as cargas roubadas, segundo a polícia.
Das 12 prisões, três foram em flagrante, conforme a polícia.
Na casa do chefe da quadrilha, foram apreendidos 18 celulares, um caminhão que levava a carga roubada e uma moto avaliada em R$ 70 mil.
A polícia estima um prejuízo de até R$ 3 milhões às empresas donas da carga roubada.
Esquema:
As investigações apontaram que a quadrilha provocava acidentes para que as cargas dos caminhões caíssem sobre a pista.
Para isso, eles utilizavam várias abordagens, conforme Fernando Oliveira, Superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná.
"A mais comum era se aproveitando da baixa velocidade dos caminhões ou até mesmo provocando essa baixa velocidade, jogando entulhos, móveis velhos e galhos sobre a pista. Muitos dos caminhoneiros não utilizam nenhum cadeado e fica muito fácil abrir o tombador, mesmo com o caminhão em movimento. Em poucos metros, toneladas de soja ficam espalhadas pelo asfalto", descreve.
Em seguida, conforme a polícia, entrava em ação um ONG que fazia a limpeza das pistas de forma voluntária.
O trabalho iniciou após o fim do contrato com as concessionárias que eram responsáveis pelas rodovias do Paraná, inclusive pela manutenção e limpeza em casos como esses.
Segundo o delegado André Feltes, os saqueadores deixavam a carga no chão e, logo em seguida, a ONG aparecia para recolher o material.
"Eles iam e coletavam sob a justificativa de recolher o material que estava no solo, mas essa coleta era feita justamente nos caminhões que eram dos chefes da organização criminosa", explica.
Em muitos casos, conforme Feltes, a ONG nem havia sido demandada para realizar o trabalho.