O motorista do carro-forte assaltado em Hernandarias, no Paraguai, na segunda-feira (16) confessou a participação no crime, informou a polícia do país vizinho nesta quarta-feira (18).
"Ele disse que tinha conhecimento do assalto e que prometeram uma soma importante em dinheiro, assim que a ação fosse efetivada: R$ 800 milhões de guaranis", comentou o chefe de relações públicas da Policia Nacional no estado de Alto Paraná, Augusto Lima.
A quantia prometida equivale a cerca de R$ 570 mil.
O ataque foi registrado no início da manhã, em uma rodovia de acesso à cidade. O veículo foi abordado por um grupo armado. Ao menos sete tiros atingiram o carro, alguns deles no para-brisa.
O valor total levado pelo grupo não foi informado.
Na fuga, o grupo incendiou um veículo com placas de São Paulo que havia sido roubado no Brasil no domingo (15), ainda segundo a polícia.
Outro veículo supostamente usado no assalto, uma caminhonete que foi abandonada na área rural de Hernandarias, havia sido roubada de um agricultor no estado de Caaguazu, em junho.
Prisões
O condutor e outros seis suspeitos – todos paraguaios - permanecem presos. Cinco são seguranças do carro-forte.
No depoimento, o motorista disse à polícia que participou do assalto com a promessa de que receberia parte do dinheiro roubado.
A polícia mantém a hipótese de que brasileiros estejam envolvidos na ação.
No Brasil, a polícia continua em alerta sobre a possibilidade de fuga dos envolvidos para as cidades de fronteira. A Polícia Federal mantém a fiscalização mais rigorosa na região do Rio Paraná e do Lago de Itaipu, no oeste do Paraná.
O último suspeito foi preso na terça-feira (17) a cerca de 150 km da fronteira. O homem de 43 anos é apontado como o responsável pela organização do assalto. Ele responde por crimes como homicídio, roubo e associação criminosa.
Transporte de dinheiro
Os investigadores também querem saber por que a empresa não avisou as autoridades que faria o transporte de dinheiro para outra cidade. O carro seguiria de Ciudad del Este para San Alberto.
Um acordo entre a Secretaria de Segurança e as empresas transportadoras de valores estabelece que viagens assim só podem ser feitas com acompanhamento de uma escolta da polícia.
“Tem que avisar a polícia quando um dos seus carros está em circulação. E, neste caso, não chegou ao conhecimento da polícia que estaria circulando pela rodovia. Os responsáveis pela empresa não avisaram", completou Lima.
A empresa Guardian declarou que uma investigação interna foi aberta e que deve falar sobre o caso nos próximos dias.