Na fala, o delegado referiu-se ao artigo 121 do Código Penal, sobre a qualificadora do homicídio, “mediante traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido”. Até agora, 17 pessoas foram interrogadas e seis mandados de busca e apreensão, referentes a aparelhos celulares e instrumentos cortantes, foram cumpridos.

Segundo a polícia, o inquérito segue em andamento e está em segredo. O delegado diz que já há “panorama seguro da dinâmica do delito”, com identificação de outros envolvidos em crimes conexos, sendo citada a ocultação de cadáver e a fraude processual.

A ex-namorada foi presa no dia 3 de junho, indiciada preliminarmente por ocultação de cadáver. A polícia está à procura do autor dos disparos, que ainda está foragido.

A reportagem apurou que a Polícia Nacional do Paraguai está auxiliando nas buscas pelo rapaz. Sete Quedas fica na região de fronteira, a poucos minutos de Corpus Christi, no lado paraguaio, de fácil acesso.

Sobre o outro envolvido no crime, Werneck disse que se trata de “peça-chave” na investigação, tendo apontado onde o corpo foi jogado.

O rapaz não foi preso e participou da reconstituição do crime, ocorrida ontem, durante todo o dia. O delegado não explicou o motivo de ele estar solto.

O corpo de Pedrosa foi liberado para sepultamento na sexta-feira. A família preparou cortejo e aguardou na entrada da cidade o carro funérário, que saiu de Ponta Porã.

No trajeto, várias pessoas aplaudiam, prestando homenagens ao atleta. Ele foi sepultado no cemitério municipal de Sete Quedas.

O crime aconteceu na madrugada de 25 de junho, depois que Pedrosa saiu de festa na cidade Paraguai de Pindoty Porá. A ex-namorada diz que não conversou com ele e foi embora da festa com outros dois rapazes, que iriam dormir em sua casa.

No depoimento, a moça diz que foi pega de surpresa pelo jogador, que entrou na casa dela e a chamou de vagabunda, pois ela estava com outro rapaz no quarto, dormindo. A estudante diz que empurrou o atleta para fora da casa, mas que o outro rapaz atirou no atleta.

Os barulhos acordaram o outro acusado, que dormia em outro quarto da casa. Os dois dizem que foram ameaçados  a colaborar no sumiço do corpo. A moça limpou os vestígios de sangue da porta, enquanto o outro carregou o jogador na carroceira de carro e foi até o sítio deum dos envolvidos, na divisa com Tacuru (MS).

No sítio, o rapaz teria tirado o corpo da carroceria do veículo, dado mais dois tiros no atleta e o jogado no rio Iguatemi. A polícia não explicou quando teria ocorrido o esquartejamento.