Relatório do Ministério do Trabalho e Emprego sobre as explosões que mataram dez pessoas e feriram outras dez na Cooperativa C.Vale em Palotina, no oeste do Paraná, concluiu que houve um problema na gestão de segurança da empresa.
Segundo o documento, o acúmulo de poeira, gerado pela movimentação de grãos nos silos, criou uma atmosfera explosiva. O ministério disse não ter sido possível determinar o que provocou explosão, se foi uma faísca ou fonte de fogo, por exemplo.
O ministério enviou o relatório ao Ministério Público do Trabalho, que vai avaliar se cabe uma ação civil, e também para a Advocacia Geral da União. A C.Vale disse que ainda não foi notificada e que vai se manifestar quando tiver acesso ao relatório.
Mais de seis meses após o acidente, registrado em julho do ano passado, o inquérito do caso ainda não foi concluído.
O delegado Rodrigo Baptista, responsável pelas investigações, disse pretender concluir o inquérito em cerca de dez dias e que ainda aguarda laudos da Polícia Científica sobre o local da explosão.
A imprensa questionou a Polícia Científica sobre a previsão de conclusão, mas não recebeu uma resposta.
Relembre como foi o acidente
As explosões sequenciais foram registradas em um silo de secagem de grãos da C.Vale na tarde do dia 26 de julho de 2023. O local é um grande reservatório onde são armazenados produtos agrícolas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o espaço armazenava mais de 10 mil toneladas de milho.
Moradores da região afirmaram que sentiram o tremor causado pelas explosões. Em alguns casos, segundo as testemunhas, vidros das residências chegaram a quebrar.
A série de explosões foi flagrada por câmeras de segurança.
Entre os mortos, a maior parte era do Haiti.