A Unidade de Saúde do Bairro Augusto foi uma das seis que ficou sem atendimento médico na quarta-feira (22) em Marechal Cândido Rondon. A determinação da organização Pan-Americana de Saúde de que os médicos cubanos encerrassem ontem mesmo as atividades pegou de surpresa o município. Com mais de 44 mil habitantes, a cidade contava até então com 15 médicos, 11 só do Programa Mais Médicos, dos quais cinco eram cubanos. Ou seja, com a saída de Cuba do programa, Marechal Cândido Rondon fica temporariamente com um terço de médicos há menos, o que fez com que a Secretaria de Saúde tomasse previdências emergenciais.
Por conta das medidas, essa gestante conseguiu ser atendida nesta quinta-feira (22). Mas o seu Wilson, que gostava do atendimento dos médicos cubanos, ainda esta preocupado.
Na semana seguinte ao comunicado da Opas sobre a saída dos médicos cubanos, o Ministério da Saúde abriu um edital emergencial do Programa Mais Médicos. O objetivo é garantir que o período de falta de assistência médica para as populações atendidas por cubanos seja o menor possível.
O primeiro edital prevê a contratação de médicos com CRM, ou seja, formados no Brasil ou que fizeram o revalida, e permanece aberto até o dia 25 de novembro. A partir de então, os profissionais poderão se dirigir para as cidades em que foram alocados. A expectativa é que eles comecem as atividades a partir do dia 3 de dezembro.
No início do dia 26% dos médicos que tiveram as inscrições efetivadas já haviam sido alocados em um município. Como é o caso de um profissional do nordeste que entrou em contato hoje com a Prefeitura de Marechal Cândido Rondon. No entanto, a preocupação é que os ataques cibernéticos registrados na plataforma atrase o processo.
Em todo o Brasil são 8.517 vagas distribuídas em 2.824 municípios e 34 Distritos sanitários especiais indígenas. Dos 18 municípios da 20º Regional de Saúde, 11 estão inclusos: Além de Marechal Cândido Rondon, Toledo, Santa Helena, Assis Chateaubriand, Guaíra, Maripá, Nova Santa Rosa, Quatro Pontes, São José das Palmeiras, Terra Roxa e Pato Bragado. Muitos desses, sem estratégias para suprir a demanda até a chegada dos novos profissionais.
Caso não haja o preenchimento total das vagas ou haja desistências, o Ministério da Saúde informou que um segundo edital será lançado na próxima semana, com vagas para brasileiros e estrangeiros formados no exterior.