A ministra Cecilia Pérez anunciou que as ações serão "sem contemplação" para todos os envolvidos no esquema de corrupção que resultou na fuga de 76 presos da Penitenciária Pedro Juan Caballero. É anunciada uma intervenção do sistema penitenciário e as forças públicas cercam os centros penitenciários considerados "mais problemáticos", onde há presença de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Entre outras decisões tomadas, anunciou a Ministra da Justiça Cecilia Pérez, é anunciada a abertura de investigações criminais e administrativas, além de uma intervenção completa do atual sistema prisional, de modo a desmantelar o sistema de corrupção que, segundo ela, permitiu a fuga de 76 presos da penitenciária de Pedro Juan Caballero.
Além disso, lembrou que todo o pessoal do centro penitenciário de Pedro Juan está sendo detido e também o diretor da prisão foi demitido.
Tanto quanto, a direção geral da penitenciária será interveio e será apelado ao concurso das forças públicas (militares e policiais) para que estas sejam instaladas nos pontos considerados "mais problemáticos". Ou seja, nas prisões onde há maior presença de reclusos membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Forças militares e policiais cercarão criminosos
Com base nessa decisão, segundo Pérez, a ordem presidencial de que forças policiais e militares cercem prisões no norte do país e também em Ciudad del Este é ordenada e executada, por ser considerada uma cidade fronteiriça e chave pela presença de criminosos do crime organizado.
Segundo Pérez, por se tratar de um evento sem precedentes, as medidas também serão sem precedentes. "Não haverá contemplação aqui, não importa o alcance das pessoas responsáveis. Eles serão demitidos e as investigações serão abertas em todas as áreas ", afirmou o chefe do Ministério da Justiça.
Em outro sentido, ele informou que a busca e o ajuntamento dos 76 presos que escaparam continuarão.
Além disso, uma nova equipe penitenciária foi enviada, porque todo o ex está detido e disponível para o Ministério Público.
"Isso não poderia acontecer em um dia"
A hipótese tratada, como comentou Cecilia Pérez, tem a ver com o fato de que os eventos não poderiam ter acontecido em um único dia.
"Não podemos desrespeitar a cidadania; é evidente. Essa quantidade de areia deve ter sido vista dias atrás, esse túnel não é feito em um dia. Não é possível que a equipe não tenha visto esse volume de areia na cela. Acredita-se que eles estavam saindo em vários lotes e que toda a logística foi usada", afirmou o ministro.
Ele esclareceu que "todo o pessoal de serviço está envolvido, não apenas aqueles que estavam de serviço naquele dia".
Ele não falou sobre sua demissão
Pérez observou que todos os fugitivos são do PCC. Quando perguntado o que havia acontecido com seu pedido de demissão, que não foi aceito pelo presidente, ele evitou a pergunta e simplesmente disse que "Essa questão não foi abordada".
Ele continuou comentando que estamos enfrentando um grau superlativo de corrupção, porque os fugitivos gradualmente retiraram suas TVs de plasma, geladeiras e outros aparelhos. "Tudo o que eles tinham que fazer era levá-los em veículos e levá-los para suas casas", disse Cecilia Pérez.
Além disso, entre outras hipóteses, ele comentou que uma oferta de US $ 80.000 é entregue aos funcionários da prisão para ajudá-los a escapar, mas que muito mais dinheiro teria sido gasto em logística.
Por sua parte, o ministro do Interior Euclides Acevedo disse que "a situação é controlada, não há comoção".
"Poucos estariam no Brasil"
Ele disse que se concentrará na missão da polícia para recuperar os fugitivos. "Presumimos que poucos estão do outro lado (por medo de serem capturados lá) ainda estão em território nacional", previu ele antes de acrescentar que o ministro da Justiça brasileiro, Sergio Moro, já se disponibilizou para conter o escapar de fugitivos.
"Nossas agências de inteligência os detectam e o grau de perigo é hierarquizado. Que os meios de comunicação cooperem com as forças de segurança para que sejam denunciados e também com a cidadania", solicitou Acevedo.
Enquanto isso, o ministro da Defesa Nacional Bernardino Soto Estigarribia, enfatizou que a cobertura militar nas prisões será aumentada permanentemente. Ele ressaltou que os militares não poderiam saber quem eram aqueles que entraram e saíram da penitenciária, mesmo que fossem presos, porque não é função deles sair de acessos normais.
O ministro da Inteligência, Esteban Aquino, também membro do chamado Conselho de Segurança, disse que "não é hora de encontrar culpados, mas de fornecer soluções". "Sempre teremos que lidar com esse tipo de evento, haverá pequenas derrotas, temos que ser usados", afirmou.
Eles temem ser "objetivos" de ataques pessoais
Por sua vez, o ministro da Secretaria Nacional de Emergência (Senad) Arnaldo Giuzzio disse que o portfólio sob sua responsabilidade compartilhará informações relacionadas aos fugitivos, pois muitos deles entraram nas penitenciárias justamente por causas relacionadas ao tráfico de drogas.
"Eles são perigosos, temos que estar preparados para qualquer tipo de reação. Mesmo muitos dos que estão nesta mesa (autoridades) podem ser objetivos importantes", afirmou.
Quando perguntado se a segurança das autoridades do governo seria reforçada para evitar ataques pessoais, ele respondeu que eles se concentrariam principalmente na segurança dos cidadãos.