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Escolas particulares pressionam pela reabertura das salas de aula no Paraná
Em 22 municípios do estado, entre eles Curitiba, já foram protocoladas solicitações oficiais de retorno, inclusive.
Por Bem Paraná | Postado em: 26/06/2020 - 12:10

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As escolas particulares do Paraná estão prontas para reabrir as salas de aula e retomar as atividades presenciais, ainda que de forma lenta e gradual. É o que afirma o Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), que tem trabalhado para a rede privada de ensino voltar a receber seus alunos a partir do dia 2 de agosto. Em 22 municípios do estado, entre eles Curitiba, já foram protocoladas solicitações oficiais de retorno, inclusive.

De acordo com Esther Cristina Pereira, presidente do Sinepe, a ideia é fazer uma retomada ‘lenta’, com 20% dos estudantes indo até as escolas. A prioridade seria atender os estudantes menores, especialmente aqueles com até seis anos de idade, e também os que estão no terceiro ano do Ensino Médio, por conta dos vestibulares e do Enem. Ademais, seria adotado um modelo de ensino híbrido, mesclando aulas presenciais e remotas.

“As crianças pequenas estão com mães crecheiras, em espaços de festa infantil. Essa é a realidade, tivemos muitos telefonemas aqui no sindicato falando sobre isso. Acreditamos que dentro da escola eles estariam melhor. Os pequenos estão adoecendo dentro de casa”, argumenta Esther. “Na rede privada temos muitos pais que atuam na área de Saúde, policiais militares. E os shoppings reabriram, comércio reabriu, e essas crianças não tem como ficar”, complementa.

Além da adoção de medidas como a disponibilização de álcool em gel para os estudantes e tapete para limpeza de calçados, haveria uma reorganização de salas e espaços, dividindo as turmas para que não houvesse aglomerações. Também há a possibilidade de implementar horários diferentes para entrada, intervalo e saída dos alunos.

Até aqui, já foram protocolados pedidos para reabertura das salas de aula em 22 municípios. São eles: Curitiba, Candói, Carambeí, Cascavel, Guarapuava, Guaratuba, Marechal Cândido Rondon, Pato Branco, Palmeira, Palotina, Pinhais, Pinhão, Piraquara, Ponta Grossa, Toledo, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Castro, Guaíra, Matelândia, Araucária, Dois Vizinhos e Manoel Ribas. O Governo do Estado também foi demandado, mas ainda não respondeu.

Curitiba, por sua vez, teria informado que seria necessário aguardar a evolução da pandemia nas próximas semanas antes de dar qualquer resposta em definitivo. Conforme o Sinepe, porém, a Prefeitura teria indicado que fará a mesma coisa que São Paulo, que ontem anunciou que as escolas privadas só poderão retomar as atividades quando as públicas também forem retornar, para garantir acesso igualitário ao ensino.

“No município, a resposta foi que tem de aguardar e que só vamos retornar quando a rede pública também retornar”, diz Esther. “Estamos trabalhando, nosso objetivo é retornar dia 2 de agosto. Estamos numa luta grande para retornar, precisamos retornar”, finaliza.

‘Parece que a educação é menos valorizada que o comércio’

Segundo o Sinepe, o impacto econômico da crise foi ‘severo, muito grande’, principalmente na educação infantil (que atende alunos com idade entre 4 e 6 anos) e nas creches (0 a 3 anos). Para tentar contornar a crise, a solução junto às famílias tem sido o diálogo, com a renegociação de mensalidades atrasadas, por exemplo.

Já com relação ao diálogo junto ao poder público, as reclamações são muitas. “Desoneramos o Estado em R$ 8 bilhões com os estudantes que atendemos. Um setor da economia que desonera R$ 8 bilhões não merece ser ouvido pelo governo? Não tivemos uma devolutiva por escrito [sobre o pedido para reabertura das salas de aula], nem isso. É bastante preocupante, parece que a educação é menos valorizada que o comércio, porque o comércio abriu e a educação, não”, reclama Esther Cristina Pereira.

Em Curitiba, inclusive, o Sinepe já prepara uma outra solicitação ao município, pedindo esclarecimentos sobre o porque de as escolas não estarem em nenhuma das bandeiras da cidade, que a Prefeitura tem utilizado para definir restrições durante a pandemia. “Qual vai ser a nossa bandeira? Esperar 100% da doença estar bem ou esperar uma vacina? Não sabemos o que o prefeito quer porque não estamos lá. É bem preocupante como nossos gestores públicos estão tratando a educação”, afirma a presidente do Sinepe.

Data de retomada varia por todo o País

Um levantamento, realizado pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) e divulgado ontem pelo portal G1, mostra que, em todo o país, as aulas presenciais, suspensas desde março, começarão a ser retomadas em datas bem distintas. Em Manaus, João Pessoa, Brasília e Fortaleza, por exemplo, o planejamento é de reabertura em julho. Em Curitiba, Goiânia e São Luís, a previsão é de retorno em agosto. São Paulo, por sua vez, anunciou que retomará as aulas presenciais em setembro.

Conforme a federação, está sendo cobrado dos estados e municípios a definição de um protocolo, a informação sobre o que é necessário para reabrir as salas, independente da rede pública estar ou não pronta para isso.

“A gente se organizou com tudo que o pessoal da Saúde nos solicitou, tudo o que temos lido e aprendido. Fizemos pesquisa com Cingapura, Estados Unidos, Israel, Finlândia. Conversamos com pessoas de lá. Como viajamos, conhecemos escolas desses lugares e conversamos, para saber como foi o retorno. Até hoje não recebemos um protocolo da Saúde. E o que nos é dito é que cada escola vai fazer seu protocolo em cima do que nos passarem”, explica a presidente do Sinepe.

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