Diante da crescente preocupação com a oferta limitada de cavaco e lenha no mercado para os próximos anos, a Copagril, por intermédio do setor de Inovação e Equipe Multidisciplinar, adotará uma tecnologia inédita no Brasil com o objetivo de transformar resíduos de pós-colheita de grãos em energia sustentável a ser utilizada em suas caldeiras.
No atual cenário da agricultura, a preocupação com a gestão responsável dos resíduos de pós-colheita de grãos tem ganhado cada vez mais importância. Em grande parte das vezes, esses resíduos se tornam um desafio ambiental, com poucas empresas buscando maneiras inovadoras de transformá-los em ativos lucrativos em seu portfólio de produtos. No entanto, em exemplo empreendedor, a equipe técnica da Copagril realizou estudos para maximizar o potencial desses resíduos, minimizando o impacto ambiental e criando oportunidades de negócios.
A Copagril, uma cooperativa agroindustrial com atuação nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, enfrentou o desafio com uma abordagem inovadora, transformando um passivo relacionado com resíduos sólidos (vagem de soja e o sabugo de milho) advindos das lavouras dos produtores da região, em um ativo energético. A equipe técnica da cooperativa dedicou esforços para entender como esses resíduos poderiam ser usados em substituição a outros combustíveis disponíveis atualmente, afinal, a agricultura é uma atividade que gera uma quantidade considerável desses rejeitos, e não aproveitá-los é um desperdício.
Desafios
Uma das escolhas promissoras foi o uso desses resíduos como fonte de energia, especialmente tendo em vista a crescente preocupação com a oferta limitada de cavaco e lenha para essa finalidade nos próximos anos, razão pela qual essa alternativa se tornou ainda mais atrativa. No entanto, não foi uma decisão sem desafios.
Os resíduos sólidos de soja e milho gerados no recebimento de safras, quando utilizados na sua forma original, possuem baixa eficiência em termos de poder calorífico para geração de energia térmica. Por esta razão, existe a necessidade de processamento envolvendo secagem e prensagem na forma de briquetes, potencializando, assim, a geração de energia desta fonte.
Outro desafio é a baixa densidade desses substratos, que exigem grandes espaços para armazenamento, inviabilizando a sua utilização para outros fins.
Para resolver esse desafio, a equipe técnica chegou à conclusão da alternativa da produção de seu próprio briquete, uma prática já bem estabelecida na Europa e inédita no Brasil, que agora está sendo reformulada para atender às necessidades e utilização da Copagril.
Essa inovação permitirá à Copagril obter uma parte significativa de sua biomassa diretamente de suas operações agrícolas.
Os resíduos da pré-limpeza de soja e milho se revelaram particularmente ricos em potencial de geração de energia. Comparando a biomassa de eucalipto com briquete de resíduos de soja e milho, encontramos uma relação de 1,7, ou seja, para cada tonelada de briquete se produz 4,8kcal, enquanto que para cada tonelada de cavaco de eucalipto se produz 2,8kcal.
Economia
Com a utilização desta fonte inovadora será possível uma economia de consumo de cavaco e lenha, que viabiliza a implantação do projeto e reduz o corte de árvores para fins energéticos.
A transformação dos resíduos de soja e milho pela cooperativa em briquetes de biomassa não apenas gera benefícios econômicos para a Copagril, mas também contribui para a redução do impacto ambiental. Essa abordagem mostra como a agricultura pode ser mais do que uma fonte de alimentos; pode ser um motor de sustentabilidade e inovação.
Um futuro sustentável para a agricultura
À medida que a agricultura enfrenta desafios crescentes relacionados à sustentabilidade, a história da Copagril destaca a importância de pensar de forma criativa e responsável sobre como lidar com os resíduos gerados pelas indústrias. Transformar esses resíduos em ativos valiosos não apenas impulsiona o crescimento econômico, mas também contribui para a proteção do meio ambiente e para a construção de um futuro mais sustentável na agricultura.
A Copagril provou que, com determinação e inovação, é possível transformar um problema ambiental em uma oportunidade de negócio viável. Essa é uma lição valiosa para todas as empresas do setor agrícola, mostrando que o caminho para o sucesso pode ser pavimentado com inovação, responsabilidade ambiental e visão empreendedora.