Depois do segundo caso de coronavírus confirmado, o governo do Paraguai decidiu suspender as aulas, em escolas públicas ou particulares, os eventos públicos ou privados de grande público, como concertos, práticas desportivas, reuniões religiosas e reuniões políticas. No caso doas competições esportivas, pode haver disputas, mas sem público.
Foram também suspensas as atividades em locais fechados como cinemas, teatros e centros de convenções. As medidas foram anunciadas por representantes dos três poderes do Paraguai, com a presença do presidente Mario Abdo Benítez.
O ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, informou que se decidiu tomar essas medidas "drásticas e preventivas" para reduzir a propagação do coronavírus. Disse que o Paraguai ainda não está na fase de contenção, mas de diminuição da circulação do vírus.
O segundo caso confirmado de coronavírus no Paraguai é um paciente de 83 anos que voltou de uma viagem à Argentina entrre 4 e 6 de fevereiro. Em 3 de março desenvolveu sintomas da doença e no dia seguinte foi internado. Desde o dia 5, está numa unidade de terapia intensiva.
O paciente teve contatos com várias pessoas, inclusive dois médicos, que estão internados em outro hospital. "Nesse período de tempo também ocorreram múltiplos contatos", disse o ministro Julio Mazzoleni.
De acordo com Mazzoleni, já não é possível descartar a possibilidade de o vírus estar circulando no país, o que levou as autoridades dos três poderes a decidirem pela adoção de medidas mais radicais.
Na segunda-feira, pela manhã, o Ministério da Saúde havia informado que há no Paraguai 25 casos suspeitos e cerca de 100 pessoas em isolamento, por terem vindo de países onde circula o Covid-19. Nenhum deles desenvolveu sintomas, até agora.
Entre os eventos de massa já programados, estava anunciado um concerto do cantor portorriquenho Chayanne, no sábado (14), enquanto para quarta-feira, 18, estava previsto o concerto Gracias Totales. Em 31 de março, show de de Soda Stereo; e no dia 31, o Asunciónico.
Além disso, nos dias 25 e 26, estava programada uma manifestação de protesto social dos campesinos, que também ficará proibida por representar uma aglomeração de pessoas.
O presidente Mario Abdo Benítez disse que "são medidas drásticas que não têm protocolo, porque é a primeira vez que são adotadas. Não pudemos conversar com todos que serão afetados, mas a partir de amanhã (quarta, 11) vamos iniciar uma rodada de diálogo com todos que queiram somar-se a esta grande causa, que vai exigir sacrifícios e tolerâncias".
E completou: "è uma medida da qual não temos experiência".