A Comissão Municipal Intersetorial de Prevenção de Acidentes e Segurança no Trânsito de Toledo foi criada por meio da Portaria Nº 49 em fevereiro de 2018 com base no Programa Federal Vida no Trânsito. Nos meses que atuou no município já apresentou os primeiros resultados em relação a análise dos acidentes de trânsito com óbito de Toledo.
Foram registradas 1412 vítimas entre os meses de janeiro e outubro de 2018, uma média de 141 por mês. Essa é a quantidade de pessoas que sofreu algum tipo de lesão em decorrência dos acidentes (os números não incluem a quantidade total de acidentes). No caso de vítimas fatais foram 26 óbitos no mesmo período.
Segundo o Coordenador da Comissão, Rafael Fonseca, disse que a integração entre todos os órgãos de segurança, tanto municipais, estaduais e federais é que proporcionou chegar em números mais próximos da realidade. “Hoje cada órgão tem a sua estatística. E a ideia é transformar todas elas em uma só, facilitando assim uma análise mais precisa das condições de nosso trânsito, além de poder propor soluções mais efetivas com base nos dados analisados”.
Os trabalhos da Comissão possibilitaram identificar a quantidade de vítimas, os dias e horários da semana com maior ocorrência, os tipos de veículos envolvidos, a faixa etária e sexo das vítimas, bem como a localização dos acidentes.
Meios de transporte
Foram 759 vítimas de acidentes envolvendo motociclistas, 207 conduzindo carros, 194 bicicletas, 169 não identificados e 70 pedestres.
Dias da semana
Os três dias que mais registraram acidentes com vítimas são sexta-feira (258), sábado (247) e terça-feira (198). Sendo que o horário com maior índice de vítimas é das 18h às 19h.
Gênero / Faixa etária
A maioria dos envolvidos em acidentes de trânsito são homens (919). Já as mulheres representam 493 do público. Sendo que os mais jovens representam a maior quantidade de vítimas. Foram 353 entre 18 e 24 anos; e 322 entre 25 e 34 anos.
Dentro da Comissão, existe uma equipe de análise de dados formada pelas secretarias de Segurança e de Saúde; pelas polícias rodoviárias Estadual e Federal; Polícia Militar; Corpo de Bombeiros; Regional de Saúde e HOESP. Cabe a esta equipe fazer a análise dos óbitos e dos acidentes graves.
“Inicialmente trabalhamos apenas com a criação da lista única de vítimas no trânsito, onde localizamos os óbitos e fazemos a análise deles. Onde foi, verificamos todo o material disponível para identificar os fatores que causaram o óbito. Mas provavelmente a partir de 2020 faremos também a análise dos acidentes considerados graves. Como referência, é considerado um acidente grave quando a pessoa fica mais de 24 horas internada em decorrência do mesmo”.
Hoje, os principais fatores de risco que envolvem acidentes fatais é a velocidade. Ela é constatada em 20,50% dos acidentes em Toledo. Em seguida, outro fator de risco é transitar em local proibido (13%); a falta de atenção (12%); a visibilidade (10,50%) e a infraestrutura da via (8,50%), entre outros fatores também analisados.
Fonseca avalia que a tabulação de todos os dados apresentados só foi possível graças ao envolvimento de cada uma das instituições participantes da Comissão. “Apesar de cada órgão ter sua própria estatística, quando juntamos e confrontamos todos os dados de forma integrada temos uma informação a qual podemos identificar suas causas e pensar em soluções mais eficientes e adequadas”, frisa.
Da mesma forma, acredita que de nada adianta todo o serviço de inteligência das corporações estar preocupado com as causas dos acidentes, se os condutores, pedestres e todos que fazem parte do trânsito da cidade não fizerem sua parte no sentido de seguir as normas estabelecidas e auxiliar na prevenção de acidentes.
Vidas protegidas
As maiores janelas durante os meses do ano que não houveram óbitos foram de 46 dias entre os meses de maio e junho; e 29 dias entre setembro e outubro. Coincidentemente nesses períodos acontecem as campanhas de trânsito do Maio Amarelo e da Semana Nacional de Trânsito.
“Não precisamos diminuir o pé do acelerador somente quando se vê a propaganda na TV ou quando recebemos um panfleto na rua chamando a atenção para as mortes no trânsito. É importante que os cuidados aconteçam durante todo o ano”, finaliza.