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Caso Isis: A juiz, acusado de matar adolescente grávida no Paraná admite que tentou comprar abortivos
A Polícia Civil destaca que quem tiver informações sobre vestígios do paradeiro da adolescente pode fazer denúncias anônimas através dos telefones 197 ou 181
Por g1 PR e RPC Ponta Grossa | Postado em: 19/11/2024 - 15:30

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Marcos Vagner de Souza, acusado de matar Isis Victoria Mizerski, admitiu à Justiça que tentou comprar remédios abortivos para a menina, alegando que foi um pedido dela. Além de homicídio, ele também responde pelos crimes de ocultação de cadáver e aborto provocado sem o consentimento da gestante.

O homem prestou depoimento na quinta-feira (14) e nesta terça (19) o g1 e a RPC tiveram, com exclusividade, acesso à gravação da íntegra da fala do réu.

Isis tinha 17 anos e estava grávida quando desapareceu no dia 6 de junho em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná. Ela sumiu após sair para encontrar Marcos, apontado como pai do bebê. Apesar de o corpo dela não ter sido encontrado, a Polícia Civil acredita que ela foi assassinada. Marcos está preso e alega inocência.

Marcos iniciou o depoimento se recusando a responder perguntas do juiz. "Por orientação dos meus advogados, prefiro responder somente às perguntas deles", afirmou.

Os advogados de defesa pediram que ele explicasse a relação dele com Isis e também o que aconteceu no dia do desaparecimento e nos posteriores.

Durante as falas, ele rebateu e justificou os indícios levantados pela polícia, como vídeos de câmeras de segurança e registros da localização do celular de Marcos na noite do desaparecimento e nos dias seguintes ao sumiço.

Ele reafirmou que é inocente e deu detalhes da própria versão, alegando que teve relações sexuais com Isis apenas uma vez e que, um mês depois, ela contou que estava grávida e não queria ter o filho.

No depoimento, ele também admitiu que tentou comprar remédios abortivos, afirmando que foi um pedido dela, mas que não conseguiu os medicamentos.

VEJA OUTROS DESTAQUES DO DEPOIMENTO:

- Dia do desaparecimento

Em relação ao dia do desaparecimento, Marcos afirmou que Isis enviou mensagem para ele no meio tarde para que eles se encontrassem, e deu detalhes sobre a dinâmica do encontro.

Ele disse que, após cerca de meia hora de conversa sobre a questão da gravidez, a adolescente pediu que ele a deixasse em um ponto da PR-340 próximo à uma vila onde uma amiga dela mora, afirmando que se negou a entrar na vila por se tratar de uma região perigosa.

O réu também disse que logo depois o carro teve um problema mecânico e, por isso, demorou um pouco mais para voltar à cidade. Câmeras de segurança anexadas ao inquérito apontam que ele ficou quase uma hora na rodovia.

Na mesma noite, o tio de Isis entrou em contato com Marcos questionando sobre o paradeiro da adolescente e Marcos negou que tinha se encontrado com ela. No depoimento, ele disse que entendeu que o tio havia perguntado se eles haviam se encontrado em outro dia e também disse que "omitiu" o fato da gravidez "porque era uma vontade da Isis contar para a família".

- Dias seguintes ao desaparecimento

A localização do celular de Marcos Vagner de Souza apontou que ele esteve no mesmo lugar que a adolescente nos dois dias seguintes ao desaparecimento dela.

Sobre isso, ele disse que estava nos lugares junto ao advogado dele para tratar de outros assuntos.

Em relação ao fato de ter se entregado à polícia em Francisco Beltrão, cidade a mais de 400 quilômetros de distância de Tibagi, Marcos afirmou que a mãe dele mora no local e que viajou para lá porque temia pela própria segurança, após a repercussão do desaparecimento e da suspeita de ele ter envolvimento no crime.

"Eu não tenho nada pra esconder, tanto é que eu me apresentei de espontânea vontade. Eu tinha todos os motivos do mundo se eu quisesse fugir pra qualquer lugar, o Paraguai, em qualquer lugar, e eu não fiz", afirmou, no depoimento.

ANDAMENTO DO PROCESSO

A Justiça tem até o início de dezembro para definir se Marcos Vagner de Souza vai a júri popular - e, se não, o vigilante já deve receber a sentença de um juiz.

Na quinta-feira (14) foram finalizadas as audiências de instrução e julgamento do caso. Ao todo, 18 testemunhas foram convocadas a depor e Marcos foi a última pessoa a ser interrogada.

A Polícia Civil destaca que quem tiver informações sobre vestígios do paradeiro da adolescente pode fazer denúncias anônimas através dos telefones 197, da corporação, ou 181, do Disque-Denúncia.

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