O Corpo de Bombeiros suspendeu, a partir desta terça-feira (25), as buscas por Isis Victoria Mizerski, adolescente de 17 anos que está grávida e não foi mais vista desde o dia 6 junho.
A jovem é de Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná. De acordo com as investigações, ela sumiu após sair para se encontrar com o vigilante Marcos Vagner de Souza, apontado como pai do bebê que ela está esperando.
Segundo o tenente Luis Augusto Negoseki, o motivo para a suspensão é a falta de indícios, tanto nas buscas, quanto nas investigações.
"Nós dependemos sempre dos indícios que a Polícia Civil repassa ao Corpo de Bombeiros para termos uma busca mais efetiva”, explicou.
De acordo com ele, pelo menos cinco mil hectares foram percorridos durante as buscas - área que equivale a mais de sete mil campos de futebol.
O foco foram localidades em Tibagi próximas a Telêmaco Borba e também a região de Mandaçaia, onde o rastreio dos celulares da jovem e do suspeito apontam que eles estiveram.
O tenente ressalta que uma das dificuldades encontradas foi que as buscas iniciaram tardiamente. Segundo ele, o Corpo de Bombeiros só foi informado do desaparecimento da jovem em 14 de junho, oito dias após ela sumir.
Conforme o bombeiro, o lapso temporal atrapalha o trabalho de cães farejadores, pois os indícios que poderiam ser encontrados por ele são apagados pela ação do tempo.
Nas buscas, foram empregados bombeiros, policiais militares e civis, drones e cães farejadores.
Nesta terça-feira (25) uma nova reunião deve ser realizada entre as corporações para definir os próximos passos.
Segundo familiares de Isis, a jovem teve um envolvimento amoroso com Marcos e engravidou do vigilante, mas ainda não havia revelado a gravidez para todos.
A jovem disse para a irmã e para uma prima que planejava contar à mãe que estava grávida na mesma noite em que sumiu e que, apesar de Marcos querer que ela fizesse um aborto, ela tinha a intenção de ter o bebê e estava escolhendo o nome da criança.
No primeiro depoimento, no dia 10 de junho, Marcos Vagner de Souza confirmou que se encontrou com Isis no dia que ela desapareceu. Segundo o delegado Jonas Avelar, ele disse que a deixou em uma vila da cidade, negando ter envolvimento em qualquer crime.
Dias depois, a polícia apreendeu celulares e outros pertences do vigilante e no dia 14 um mandado de prisão foi expedido em nome dele.
O homem se entregou à polícia três dias depois e está preso desde 17 de junho.
O g1 questionou a Polícia Civil se ele foi ouvido no âmbito das investigações desde que foi preso e se deu algum indício sobre onde a adolescente pode estar, mas a corporação disse que não vai repassar detalhes nesse momento.
"A Polícia Civil segue investigando o caso e realizando todas as diligências cabíveis a fim de localizar a vítima e esclarecer os fatos. Testemunhas confirmaram durante oitivas que o suspeito, antes do desaparecimento, estaria procurando adquirir remédio abortivo. Além disso, a Polícia constatou que a última localização do celular do suspeito é a mesma notificada pelo celular da vítima", disse a corporação, em nota.
A defesa de Marcos afirma que o homem não tem envolvimento com o desaparecimento da jovem. O advogado Renato Tauille reforça que o vigilante deixou a jovem em uma vila da cidade e diz que não há provas que ele tenha cometido algum crime.