STOCKTON RUSH, 61

Ex-piloto de avião, Rush fundou a OceanGate, empresa de submarinos tripulados responsável pela expedição que terminou no acidente. Criada em 2009, a empresa desenvolveu veículos que poderiam chegar a profundidades de 4.000 e 6.000 metros – a missão da companhia, segundo seu próprio site, era aumentar o acesso do público ao oceano profundo.

Para isso, Rush desenvolveu embarcações que em algumas ocasiões foram criticadas pelo seu suposto caráter experimental. Não está claro se a que implodiu nesta semana era certificada, por exemplo. Em uma publicação de 2019 intitulada “Por que o Titan não é certificado?”, a empresa justifica a falta de autenticação independente pelo seu grau de inovação. “Por definição, a inovação está fora de um sistema já aceito”, afirmou a companhia.

O empreendedor considerava o Titanic um naufrágio “incrivelmente bonito”, segundo afirmou em uma entrevista ao Sky News do Reino Unido. De acordo com sua biografia no site da OceanGate, Rush foi o piloto de transporte a jato mais jovem do mundo, quando obteve sua classificação em 1981, aos 19 anos. Ele também construiu uma aeronave, a Glasair 3, que ainda está em operação.

HAMISH HARDING, 58

Fundador do Action Group, o bilionário britânico tinha interesse em experiências extremas. Harding também estava a bordo de um voo suborbital promovido pela Blue Origin, empresa de Jeff Bezos, em 2022, e é dono de um recorde da volta ao mundo de avião mais rápida já registrada. O paraquedista tinha formação em engenharia química pela Universidade Cambridge e era membro do do conselho do The Explorers Club, um grupo de exploradores.

O morador dos Emirados Árabes Unidos publicou nas redes sociais que estava orgulhoso de estar indo para o Titanic. “Devido ao pior inverno em Newfoundland em 40 anos, esta missão provavelmente será a primeira e única missão tripulada ao Titanic em 2023”, escreveu. “Ele não fica parado. Se não está trabalhando duro, está explorando muito”, disse Jannicke Mikkelsen, um explorador e amigo de Hamish.

SHAHZADA DAWOOD, 58

Vindo de uma das famílias mais ricas do Paquistão, Dawood foi vice-presidente de um dos maiores conglomerados do país, a Engro Corporation. Ele morava em Londres nos últimos anos e tinha investimentos em setores como fertilizantes, fabricação de veículos, energia e tecnologias digitais, além de cultivar seus interesses por fotografia da vida selvagem, jardinagem e exploração de habitats naturais.

De acordo com a BBC News, Dawood era formado em direito pela Universidade de Buckingham e era um apoiador do British Asian Trust, cujo presidente é o rei Charles 3º.

SULEMAN DAWOOD, 19

Filho de Shahzada, Suleman dividia com seu pai o interesse por viagens e aventuras e era um fã de literatura de ficção científica, de acordo com um comunicado do Dawood Group. Segundo o jornal americano New York Times, a Universidade de Strathclyde, em Glasgow, confirmou que Suleman havia acabado de completar seu primeiro ano no curso de administração.

PAUL-HENRI NARGEOLET, 77

Um notório especialista em Titanic, o explorador francês de 77 anos era diretor de pesquisa subaquática de uma empresa que detém os direitos sobre os destroços do transatlântico. Depois de se aposentar da Marinha francesa, onde foi comandante, o mergulhador liderou a primeira expedição de recuperação ao Titanic em 1987. Em entrevista à rádio France Bleu em 2020, ele falou sobre os perigos do mergulho profundo. “Não tenho medo de morrer, acho que um dia vai acontecer”, disse.

A filha de Nargeolet disse nesta quinta, antes de ser informada sobre a morte de seu pai, que ainda tinha esperanças de que eles fossem resgatados, mas que ao mesmo tempo estava consolada com a ideia de que o mergulhador estava no lugar que mais ama. “Ele é muito apaixonado pelo Titanic desde que encontraram os destroços, há 30 anos, e sei que agora ele está no lugar que gostaria de estar.”