Os alunos da rede estadual do Paraná voltam às aulas, na segunda-feira (5), por meio do ensino 100% presencial e sem precisarem apresentar o comprovante da vacina contra a Covid-19.
A manutenção das atividades presenciais ocorre apesar da alta no número de casos do novo coronavírus e de gripe Influenza no Paraná, pois, segundo a Secretaria da Educação e do Esporte (Seed), não houve aumento significativo de internações e mortes.
A rede estadual de ensino do Paraná tem 2,1 mil escolas e mais de 1 milhão de alunos, informou a secretaria.
Um desses estudantes é a Thaysa Rafaella Bianchi, de 16 anos, que está no 2ª ano do ensino médio em um colégio da zona rural de Londrina, no norte do Paraná.
Filha da agente de saúde Elen Vanessa Bianchi, a adolescente sabe bem sobre os riscos da Covid-19 e, por isso, voltará às aulas imunizada e tomando os cuidados necessários.
De acordo com a mãe, os alunos da zona rural tiveram menos impacto com as aulas remotas porque as escolas são menores e o contato com os professores é mais fácil, inclusive no acolhimento do estudante.
Mesmo assim, a agente de saúde entende que o ensino presencial é essencial, e a família tem boas expectativas para o novo ano letivo.
"Eu estava com um pouquinho de medo de que as aulas começassem de novo, mas o presencial ajuda muito a criança no desenvolvimento. O presencial é excelente, tem que voltar mesmo, com todo mundo vacinado, de máscara, com as medidas de proteção, não tem problema nenhum", disse.
Thaysa Rafaella Bianchi, de 16 anos, têm boas expectativas pelo retorno presencial na rede pública estadual — Foto: Arquivo pessoal.
Ensino na pandemia:
A maior parte dos estudantes do ensino público estadual começou a ter aulas remotas em março de 2020, por causa da pandemia do coronavírus.
O retorno presencial na rede pública estadual começou, de forma gradativa, no dia 10 de maio de 2021. À época, cerca de 200 escolas retomaram as atividades por meio do modelo híbrido.
Desde setembro do ano passado, a rede estadual de ensino do Paraná voltou à modalidade 100% presencial. A exceção é apenas para estudantes com comorbidades.
Após mais de um ano com os dois filhos estudando de forma remota, a professora Valdinéia Braga dos Santos está ansiosa pelo retorno e sente segurança para que eles voltem às instituições.
Os filhos Gabriel e Lorena Braga Oliveira dos Santos, de 15 e 11 anos, respectivamente, estudam em Sarandi, também no norte, e se programam para a rotina nas escolas.
"A volta vai ser boa depois de tanto tempo que eles ficaram em casa. Já estava na hora de voltar. Agora os alunos da rede estadual estão praticamente todos vacinados, então dá para retornar porque, querendo ou não, o ensino remoto atrasa um pouco o aprendizado deles", explicou.
Segundo a Secretaria da Educação e do Esporte, nas primeiras semanas do ano letivo de 2022, as escolas trabalharão com o nivelamento dos estudantes.
O processo de nivelamento torna-se ainda mais importante, conforme a Seed, porque em 2021 houve três tipos de modelo de ensino: o remoto, o híbrido e o presencial. Por isso, é necessário retomar os conhecimentos prévios dos estudantes.
A partir do diagnóstico de quais conteúdos foram bem absorvidos e de quais precisam ser reforçados, é possível retomar o que for necessário para, então, dar início ao currículo de 2022.
De acordo com a Secretaria da Educação, os professores das turmas do 1º ano do ensino médio trabalharão o planejamento conforme as novidades do Novo Ensino Médio.
Os docentes de Projeto de Vida, Empreendedorismo e Pensamento Computacional, por exemplo, planejarão maneiras de adequar o conteúdo à realidade dos alunos.
A Seed informou que, assim como em 2021, a rede estadual aplica um protocolo de biossegurança nas escolas, o que inclui as seguintes medidas:
Cada escola fez uso da verba do Fundo Rotativo, segundo a secretaria, para repor os itens de prevenção, como os termômetros, dispensers, álcool gel, álcool líquido 70% e demais itens de limpeza.