O comitê de crise da 20ª Regional de Saúde de Toledo se reuniu na última segunda-feira (22), com autoridades de saúde e alguns prefeitos dos 18 municípios de sua área de abrangência. A ideia do encontro foi definir um novo protocolo para a ocupação dos leitos de Terapia Intensiva (UTI), na região.

O encontro se fez necessário pelo alto índice de ocupação de leitos destinados exclusivamente ao atendimento de pacientes Covid-19 via Sistema Único de Saúde (SUS) na região. 

O chefe da 20ª Regional de Saúde de Toledo, Alberi Locatelli, explica que a reunião teve como objetivo principal padronizar as medidas preventivas a serem adotadas por cada município.

“É claro que cada prefeito e administração municipal tem a prerrogativa de definir os protocolos a serem seguidos em sua área de abrangência, mas nós indicamos nessa reunião que as novas iniciativas precisam ser similares, para que a gente possa definir um padrão de atendimento e ocupação dos leitos de UTI”, esclarece.

Nesta terça-feira (23), a ocupação de leitos de UTI Covid-19 na 20ª Regional de Saúde está em 90,38%, sendo que dos 52 leitos disponíveis, 47 estão ocupados.

“Hoje nós estamos com uma ocupação de 90% na região, mas isso muda em poucas horas. Por isso todos os líderes de saúde da região estão muito preocupados  com a atual situação, visto que na macrorregião oeste também estamos com a ocupação próxima dos 100% e muitos pacientes ainda aguardam por leitos de Terapia Intensiva”.

Reunião com hospitais, central de leitos e SAMU

Nesta terça-feira (23), as lideranças da 20ª Regional de Saúde de Toledo e os membros do comitê de crise tiveram mais uma reunião, desta vez com os hospitais, central de leitos, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), e com todo o complexo regulador. O encontro teve a intenção de definir os critérios adotados para o encaminhamento dos pacientes aos leitos de UTI.

“Nós temos pacientes na fila de espera por leitos de UTI e precisamos tomar uma decisão de quais pacientes serão encaminhados. A regulação já possui os seus critérios, mas nós da 20ª Regional de Saúde já determinamos novas diretrizes que foram encaminhadas à Central de Leitos. Nós vamos qualificar cada situação e assim ser justo com todos os pacientes.”, explica, Alberi Locatelli.

Outra decisão foi a respeito do fortalecimento do atendimento nos hospitais de menor porte e em municípios menores. A ideia é de que a Central de Leitos receba o máximo de informações possíveis sobre esses pacientes, para que assim uma decisão seja tomada. Locatelli destaca que os pacientes precisaram permanecer por mais tempo nesses hospitais.

“A Central de Leitos precisa de uma grande quantidade de informações sobre o estado clínico dos pacientes, para definir se eles precisarão ou não de leitos de UTI. Hoje a demanda por leitos de UTI é muito grande e se isso persistir os pacientes terão que ficar por mais tempo em hospitais menores até que uma vaga em um hospital de referência seja disponibilizada. Desse modo, já estamos pensando em medidas para melhorar o atendimento nos hospitais menores”, afirma.

Cuidados e preocupação com aglomerações

Um problema importante e que foi observado em Toledo com maior destaque nos últimos dias é a grande quantidade de aglomerações em estabelecimentos comerciais. Pensando nisso, a Prefeitura de Toledo emitiu no último domingo, 21, a portaria de Nº 111, que dá poderes de fiscalização, execução de multas e até o fechamento de estabelecimentos comerciais ao secretário municipal de Segurança e Trânsito, Arthur Rodrigues de Almeida.

“Nós temos percebido nos últimos dias e semanas um grande número de aglomerações em toda a região e isso também foi uma das pautas da reunião. Nossa equipe pediu para que os municípios intensifiquem a fiscalização nesse sentido, buscando coibir qualquer tipo de aglomeração”, informa, Locatelli.

Por fim, o chefe da 20ª Regional de Saúde de Toledo, lembrou a população dos cuidados sanitários.

“É fundamental que as pessoas tomem consciência e mantenham os cuidados sanitários. Por isso lembro da importância da utilização da máscara, da necessidade de se lavar as mãos várias vezes ao dia com água e sabão ou álcool em gel 70%, do distanciamento social e peço também para que evitem aglomerações”, conclui.