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Policiais paraguaios são presos suspeitos de extorquir dinheiro de turistas brasileiros
Os agentes foram detidos pelo Ministério Público do Paraguai.
Por G1 Paraná | Postado em: 18/08/2018 - 16:05

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Sete policiais paraguaios suspeitos de extorquir dinheiro de turistas brasileiros foram presos em Ciudade del Este, no Paraguai, na noite de sexta-feira (17) . Entre os presos está o chefe de uma delegacia da Polícia Nacional Paraguaia.

Os agentes foram detidos pelo Ministério Público do Paraguai. Dois turistas brasileiros, vítimas do grupo, relatam que passaram momentos de pânico com os policiais paraguaios.

O aposentado Joel Leal de Moraes, que é cadeirante, conta que a esposa dele bateu o carro e furou um dos pneus. Ele pensou que receberia algum tipo de ajuda quando vários agentes chegaram para abordagem.

"Me senti totalmente seguro quando eles chegaram para me atender. Pensei, não vou mais precisar solicitar guincho e nem nada. Mas, quando chego aqui um monte de bandido, uma quadrilha. Me levaram direto para um calabouço dentro da delegacia e começaram a me coagir. Exigiram R$ 15 mil", conta.

Segundo as investigações, Joel foi levado por homens da Polícia Nacional Paraguaia e trazido para carceragem de uma delegacia em Ciudade del Este. Ele ficou preso, sem ser suspeito de qualquer crime por cinco horas. A esposa voltou ao Brasil para fazer um depósito. Joel só foi liberado depois que a esposa pagou parte do resgate.

"R$ 15 mil sem dever nada. Transferimos R$ 2.500 para a conta que eles determinaram e depois demos em espécie mais R$ 1.800", conta o aposentado Joel de Moraes.

Um outro turista brasileiro, que preferiu não se identificar, também ficou preso na mesma cela, nos fundos da delegacia da Polícia Nacional.

“Quando vi os policiais de farda achei que estaria seguro, jamais pensaria uma coisa dessas, que seria prejudicado. Foi eu perceber que eles eram corruptos que bateu o desespero. O que eles vão fazer comigo depois?", conta.

O turista relata que lojistas de Ciudade del Este também faziam parte do esquema e atuavam junto com os policiais.

"No carro, o policial do meu lado estava falando com o cara da loja. O estelionatário. Os dois trocando mensagens: 'tá tudo ok, to com ele aqui' e eu conseguia ver isso, né? Então, chegando aqui na delegacia fui até a cela", detalha o homem.

"Vi os policiais com o meu dinheiro, com metade do meu dinheiro aqui porque tinha uma fita vermelha nas notas e eles pegaram. Então, isso quer dizer que eles estavam totalmente juntos com o estelionatário", constata.

Para sair da cadeia, o rapaz pagou R$ 2 mil aos policiais, mas o prejuízo foi bem maior.

"Nessa armação, foram R$ 12.500 dos policiais mais o estelionatário que estava junto com eles", lamenta.

As vítimas do esquema criminoso ficavam presas na carceragem localizada nos fundos da delegacia. Um local pequeno, sem entrada de luz natural e com quase nenhuma ventilação. É um local onde os policiais guardam as fardas da Polícia Nacional.

Depois das denúncias, a diretoria da Polícia Nacional e Ministério Público do Paraguai abriram uma investigação. Sete policiais suspeitos dos crimes foram identificados e estão presos. Entre eles, o chefe da delegacia onde os brasileiros foram mantidos presos.

"A Justiça já emitiu mandados de prisão e ordenou que esses policiais envolvidos sejam enviados para uma prisão especial em Assunção. Nós, da Polícia Nacional, estamos acompanhando o trabalho da Justiça e estamos colaborando com informações porque somos os mais interessados em resolver isso, não podemos tolerar esse tipo de policial", pontuou o diretor da Polícia Nacional paraguaia, Enrique Isasi.

As autoridades paraguaias identificaram, por enquanto, duas vítimas brasileiras do esquema criminoso envolvendo policiais e donos de lojas em Ciudade del Este. No entanto, o Ministério Público não descarta a possibilidade de mais pessoas terem sido lesadas.

Nenhum comerciante suspeito foi preso até agora.

"O que podemos afirmar, pelas investigações, é que comerciantes, de fato, estão envolvidos nessa associação criminosa. Agora a investigação segue e nós temos um prazo máximo de até seis meses para concluir todo o inquérito", explicou a fiscal do MP do Paraguai, Estela Mary Ramirez.

"Nós notificamos o shopping onde ficam as lojas suspeitas para que identifiquem e nos enviem os contratos com os locatários. Com isso em mãos já teremos informações de quem são essas pessoas e elas vão responder criminalmente", disse a fiscal.

Para as vítimas o mais difícil é entender como a polícia, que deveria proteger, mantinha uma organização criminosa.

"Pegaram a chave do meu carro, meus documentos, ficaram o com meu celular na mão brincando com as minhas fotos e da minha família", conta o aposentado Joel Leal de Moraes.

"Jamais imaginaria que policiais fariam isso. Uma vergonha”, diz o turista que não quis se identificar.

A Polícia Nacional do Paraguai também abriu uma investigação interna para apurar o caso. O diretor da Polícia Nacional do Paraguai no departamento de Alto Paraná, um estado paraguaio, foi destituído do cargo.

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