A Polícia Civil do Paraná, em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), prendeu no início da manhã desta sexta-feira (20) seis suspeitos de cometer crimes de exploração sexual contra crianças, durante a operação integrada Luz na Infância.
Os policiais do Nucria prenderam um casal, cuja mulher, de 33 anos, é suspeita de abusar do próprio filho, de 11 anos.
“Essa mãe praticava com o próprio filho de 11 anos de idade, filmava esse ato e encaminhava via celular para o padrasto. Hoje, durante a operação para cumprir o mandado de busca e apreensão, foi encontrado um vídeo e constatada voz de prisão no ato”, afirmou o delegado operacional da unidade, José Barreto.
Ainda de acordo com Barreto, a criança tinha denunciado a mãe em maio deste ano, quando o pai registrou um boletim de ocorrência no Nucria. A suspeita da polícia é que o crime era praticado já algum tempo pela mãe da criança, que tinha a guarda do menino, em parceria com o padrasto. Os dois suspeitos residem no bairro Boqueirão, mas foram presos no bairro Xaxim, em Curitiba.
A operação, que teve o objetivo de apurar crimes de exploração sexual contra crianças, ocorreu em Curitiba, Maringá e Londrina para cumprir nove mandados de busca e apreensão. Destes, seis pessoas foram presas em flagrante, sendo cinco prisões em Curitiba e uma Maringá, onde foi preso um homem de 29 anos.
Já em Londrina o mandado de busca e apreensão foi cumprido, o que resultou em diversos materiais que serão encaminhados para análise. Outros equipamentos tecnológicos foram apreendidos com os suspeitos presos em Curitiba e Maringá, material que também será encaminhado para o Instituto de Criminalística.
No Paraná, a operação Luz na Infância l foi coordenada pela Núcleo de Combate ao Cibercrimes (Nuciber) e pelo Núcleo de Proteção a Criança e Adolescente vítimas de Crime (Nucria), com o apoio da Agência de inteligência da Polícia Civil, e contou com a participação de mais de 40 policiais destas unidades e dos Nucrias de Londrina e Maringá, do Grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), além da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc).
De acordo com o delegado-titular do Nuciber, Demétrius Gonzaga, a unidade prendeu três homens, sendo um deles um senhor de 72 anos. “Eles possuíam arquivos nos computadores que demonstravam claramente cenas de pornografia envolvendo crianças e adolescentes. A maioria dos arquivos que vimos até então são arquivos internacionais, então provavelmente foram trazidos através de repasses da internet”.
Segundo o secretário Wagner Mesquita, os alvos da operação Luz na Infância foram identificados através de um levantamento de informações pela Senasp e a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Com base em informações e evidências coletadas em ambientes virtuais, a Polícia Civil instaurou inquéritos policiais e representou pelas buscas e apreensões junto ao Poder Judiciário, visando apreender computadores e dispositivos informáticos onde estão armazenados os conteúdos de pedofilia, indiciar e prender os criminosos.
As investigações que resultaram na operação Luz na Infância, diz Mesquita, vêm sendo feitas há seis meses e resultam do aprimoramento do trabalho de inteligência de segurança pública e atuação em modelo de força-tarefa, que reúne em um mesmo ambiente de trabalho policiais com expertise e capacitação na repressão aos crimes virtuais e de pedofilia. Um cenário ideal para coletar e preservar evidências criminosas, garantindo, como consequência, a identificação e posterior condenação dos criminosos pela Justiça.
A operação acontece em 24 estados brasileiros, para cumprir 172 mandados de busca e apreensão em 184 alvos. O número total de agentes envolvidos são 120 delegados, 609 policiais, 110 escrivães e 53 peritos.
A pedofilia é classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma doença de transtorno da preferência sexual. Pedófilos normalmente são pessoas adultas que têm preferência sexual por crianças pré-púberes ou no início da puberdade. O complexo ambiente da internet e a ausência de fronteiras no mundo virtual são elementos que propiciam terreno fértil à atuação desses criminosos.