Os primeiros números sobre as perdas do Paraná durante a greve dos caminhoneiros autônomos, que durou dez dias, com rodovias boqueadas e desabastecimento nas cidades, mostra que o Paraná perdeu, pelo menos, R$ 4,3 bilhões no período. Só a indústria calcula prejuízo de cerca de R$ 3 bilhões com a paralisação da produção no Estado.
Quarta-feira, o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) divulgou um levantamento inicial com prejuúizo de R$ 1 bilhão somente no setor de cooperativas.
Nesta semana, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), calculou que o Estado pode ter perdido R$ 330 milhões até o dia 29 de maio com a greve dos caminhoneiros. Este também é um número preliminar, e pode ser modesto mais para a frente.
Segundo o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, cerca de 90% das indústrias do Paraná, que são micro, pequenas e médias, terão dificuldades para cumprir a folha de pagamento neste final de mês e honrar outros compromissos como pagamento de impostos e duplicatas.
Com fim da paralisação, das 25 unidades cooperativas no Esatado, 16 já haviam retornado a normalidade até ontem e outras nove também retomam suas atividades.
Mas a normalidade ainda deve demorar mais um tempo. Na conta da Ocepar não está o prejuízo com produtos industrializados estocados e que agora precisam passar por avaliação técnica se podem ou não ser comercializados, o que deverá aumentar ainda mais os prejuízos com possíveis descartes.
Queda
No comércio, a CNC revisou sua projeção de crescimento nas vendas do varejo em 2018, de 5,4% para 4,7%. Essa perda de 0,7% na estimativa representa mais de R$ 5 bilhões, e contando apenas os reflexos diretos dos dez dias de protesto dos caminhoneiros.
Caminhões voltam a descarregar no Porto de Paranaguá
Após nove dias sem registrar a entrada de caminhões carregados de produtos, o Porto de Paranaguá voltou a receber suas primeiras cargas na tarde de quarta-feira. Às 14 horas, os primeiros veículos deram entrada no Pátio de Triagem para aguardar o chamamento e descarregar nos terminais. Em duas horas de operação, 52 caminhões chegaram ao porto. A entrada do Porto pela BR-277 foi um dos pontos de maio tensão durante a greve com bloqueios de rodovias no Paraná.
“No período de greve deixaram de ser movimentadas no Porto de Paranaguá 648 mil toneladas de produtos, incluindo líquidos, cargas gerais, grãos, fertilizantes e outros”, informou o diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Lourenço Fregonese. Desde o início da paralisação, 18 mil caminhões deixaram de descarregar no Porto de Paranaguá.
Até a quarta-feira, 37 navios aguardavam na baía de Paranaguá para descarregar ou carregar cargas no Porto. Outros 10 navios estavam atracados, sendo que cinco deles estavam operando normalmente.