A família Brittes e demais suspeitos de participação na porte do jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas, de 24 anos, devem ser indiciados por homicídio qualificado e coação de testemunhas, segundo o delegado responsável pelo caso Amadeu Trevisan. O delegado deve ouvir testemunhas na tarde desta terça-feira (6).
Ontem, Cristiana Brittes e Allana Brittes, prestaram depoimento. O interrogatório do empresário Edison Brittes, que confessou o crime, estava marcado para hoje mas o advogado não compareceu e deve ocorrer na quarta-feira (7).
Em entrevista coletiva nesta manhã, Trevisan afirma que os depoimentos de Allana e Cristiana Brittes disseram o que já era esperado. O delegado também aponta que houve tentativa de coação de outras testemunhas em um shopping. “Se reuniram a Cristiana, Allana, [Lucas] ‘Mineiro’ e Edison. Edison pede para Mineiro para que fecham uma história só. Ele queria tirar pessoas que estavam na casa do rol de testemunhas. Edison é claro, alerta, ele adverte e ameaça o Lucas que não poderia ‘romper o elo'”, diz o delegado.
Ele também afirma que a família mente nos depoimentos. “Eles começaram mentindo e inventando uma história. Depois, descoberta a autoria através da testemunha, eles mudaram a versão. Eles tentaram, no shopping, modificar a história em uma fraude processual e coação de testemunhas”, diz.
Segundo o delegado, todos os envolvidos devem ser indiciados por homicídio qualificado após o final do inquérito policial e o caso levado a júri popular.
Depoimento de Allana
A primeira a ser ouvida foi Allana Brittes. Durante aproximadamente uma hora e meia, a jovem de 18 anos, falou sobre a festa de aniversário que aconteceu em uma casa noturna e garantiu que não estava prevista nenhuma continuação da festa na casa dos seus pais e que Daniel havia sido convidado apenas para a comemoração na casa noturna.
Allana relatou que já havia ido para seu quarto quando ouviu gritos e um amigo contou que Daniel estava deitado na cama dos pais e que quando entrou, viu apenas o rapaz de cueca sendo segurado pelo pescoço pelo pai, mas logo depois aponta que o jogador também estava de camiseta.
A filha do casal ainda disse que viu a mãe Cristiana saindo pela janela. A mãe da jovem teria dito que Daniel tentou estuprá-la. Allana também revelou que além do pai, mais três pessoas agrediram o atleta e que todos seguiram com o carro de Edison com Daniel no porta-malas.
Allana Brittes ainda disse que Edison se encontrou com algumas pessoas em um shopping da Região Metropolitana, onde apenas perguntou o que aconteceu naquela madrugada, negando algum tipo de combinação sobre o que cada um teria que dizer à polícia.
Depoimento de Cristiana
Após o encerramento do depoimento de Allana, foi a vez de Cristiana Brittes depor. Ela também falou por cerca de uma hora e meia. A esposa de Edison Brittes, apontado como autor do crime, falou que Daniel trajava apenas cueca e tentou estuprá-la, quando ela começou a gritar por socorro e o marido arrombou a porta.
Ela contou ainda que Edison e mais três pessoas seguiram com Daniel para um local desconhecido. Cristiana também negou que Edison tenha tentado coagir as testemunhas e que apenas se encontrou em um shopping da Região Metropolitana dizendo que tinha a intenção de se entregar, mas queria saber detalhes do que tinha acontecido.
Cristiana também disse que foi Allana quem colocou um shorts de pijama nela, antes de se deitar. O comerciante havia relatado anteriormente que foi ele quem colocou o pijama na esposa e escovou os dentes dela antes de colocá-la para dormir.
Por fim, a esposa de Edison Brittes disse que não sabe o que aconteceu com os pertences de Daniel que teriam ficado na casa.